Mega-Operation mit mehr als 120 Toten in Rio de Janeiro offenbart Beharren auf ineffizientem Sicherheitsmodell | Aktion schadet Bevölkerung und Polizisten, ohne kriminelle Organisationen nachhaltig zu zerschlagen
Das Institut Sou da Paz bedauert und verurteilt die Mega-Polizeieinsätze im Complexo do Alemão und in Penha in Rio de Janeiro, die in jeder Hinsicht eine Tragödie darstellen. Bis jetzt sind mehr als 120 Menschen ums Leben gekommen, darunter vier Polizisten, was diese Operation zur gewalttätigsten in der jüngeren Geschichte macht. Wir wissen, dass die Situation in Rio de Janeiro äußerst komplex und eine enorme Herausforderung für die öffentlichen Sicherheitsbehörden ist, aber die Bekämpfung der organisierten Kriminalität durch massive Besatzungsoperationen in ihren territorialen Machtbereichen hat keine nachhaltigen Ergebnisse gebracht und ist eine ineffiziente und nachweislich tödliche Strategie für die Bevölkerung.
Diese Art von Strategie greift nicht die zentralen Glieder des organisierten Verbrechens an, unterbricht nicht die Drogenhandelsrouten nach Europa und zerschlägt nicht dessen Geldwäsche- oder Waffenbeschaffungsmechanismen. Darüber hinaus führt sie zu heftigen Schusswechseln in dicht besiedelten Gebieten und gefährdet damit direkt das Leben von Hunderttausenden Menschen, insbesondere der einkommensschwachen und überwiegend schwarzen Bevölkerung.Wir wissen, dass die territoriale Vorherrschaft der organisierten Kriminalität inakzeptabel ist, dass sie auch die Bevölkerung dieser Regionen unterdrückt und dass die Bilder ihrer militärischen Macht brutal sind. Wir brauchen jedoch Strategien der öffentlichen Hand, die mit den staatlichen Pflichten zum Schutz der Bevölkerung und der Polizei sowie zur Achtung der Grundrechte vereinbar sind. Es ist nicht möglich, eine Politik der kriegerischen Maßnahmen zu befürworten, deren Ergebnis der Tod von mehr als 120 Menschen ist. Brasilien befindet sich nicht im Krieg, und hier gibt es keine Todesstrafe.
Das Institut Sou da Paz hat die Notwendigkeit betont, die Prävention und die qualifizierte Bekämpfung des Waffenhandels, der das Offensivpotenzial der Kriminalität nährt, zu verstärken. Diese militärische Macht mit Waffen für den militärischen Einsatz und Granatwerfer-Drohnen zeigt die Schwere der Situation, ist aber nichts Neues. Operationen wie diese zeigen die greifbaren Ergebnisse von Jahren, in denen dieses Thema nicht priorisiert wurde. Es ist dringend notwendig, die zentrale Bedeutung dieses Themas anzuerkennen und in spezialisierte Teams auf Bundes- und Landesebene zu investieren, um diese Herausforderungen anzugehen, mit Datenanalysen und Integration, um die Routen des illegalen Waffenhandels zu zerschlagen.
Über die allgemeinen rechtlichen Parameter hinaus hat die Gesetzesgrundlage ADPF 635 spezifische Parameter für die Vorbereitung und Risikominderung von Polizeieinsätzen in solchen Gebieten eingeführt. Es ist eine strenge Untersuchung unter Beteiligung der Staatsanwaltschaft und anderer Stellen erforderlich, um individuelle und kollektive Verantwortlichkeiten zu ermitteln.
Die kriegerische Mentalität, die in Rio de Janeiro immer wieder zum Einsatz kommt, einschließlich der Wiedereinführung von Prämien für „Tapferkeit”, ist ineffizient und stellt eine Aggression gegen die gesamte Bevölkerung dieser Gebiete und gegen die Polizisten dar, die an dieser Front eingesetzt werden. Die wirksame Bekämpfung der organisierten Kriminalität und der illegalen territorialen Herrschaft hängt viel mehr von gründlichen Ermittlungen und der Planung gezielter Operationen ab als von massiven Schießereien.
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Nota Pública | Megaoperação com mais de 120 mortos no RJ revela insistência em modelo ineficiente de segurança; ação vitimiza população e policiais sem desarticular de forma sustentável as organizações criminosas
• 28 de outubro de 2025 às 06:31
O Instituto Sou da Paz lamenta e repudia a megaoperação policial realizada no Complexo do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, uma tragédia sob todos os enfoques. Até o momento, soma-se mais de 120 pessoas mortas, dentre elas quatro policiais, o que faz com que essa seja a operação mais violenta da história recente. Sabemos que a situação no Rio de Janeiro é extremamente complexa e um desafio enorme para as instituições de segurança pública, mas enfrentar o crime organizado com operações de ocupação massiva nas suas áreas de domínio territorial não tem trazido resultados sustentáveis, sendo uma lógica ineficiente e comprovadamente letal para a população.
Esse tipo de estratégia não ataca os elos centrais do crime organizado, não rompe as rotas do tráfico de drogas para países europeus, não desmonta seus mecanismos de lavagem de dinheiro ou de abastecimento de armas. Além disso, gera um acirrado fogo cruzado em áreas densamente habitadas, colocando em risco direto a vida de centenas de milhares de pessoas, em especial da população de baixa renda e predominantemente negra.
Sabemos que o domínio territorial do crime organizado é inaceitável, que ele também violenta as populações dessas regiões e que são brutais as imagens do seu poderio bélico. No entanto, precisamos de estratégias do poder público compatíveis com os deveres estatais de proteção da sua população e de suas polícias e de respeito aos direitos fundamentais. Não é possível endossar uma política de atuação bélica cujo resultado é a morte de mais de 120 pessoas. O Brasil não está em guerra e aqui não existe pena de morte.
O Instituto Sou da Paz tem reforçado a necessidade de robustecer a prevenção e o enfrentamento qualificado do tráfico de armas que alimenta o potencial ofensivo do crime. Esse poderio bélico, com armas de uso militar e drones lança-granadas, mostra a gravidade da situação, mas não são novidades. Operações como esta demonstram os resultados tangíveis de anos em que essa temática não foi priorizada. É urgente reconhecer a centralidade do tema e investir em equipes especializadas no âmbito federal e estadual para lidar com esse desafios, com análises de dados e integração para desarticular as rotas de tráfico de produção ilegal de armas.
Além dos parâmetros legais gerais, a ADPF 635 trouxe parâmetros específicos para a preparação e a mitigação de riscos de operações policiais em territórios como esses. É necessário que haja uma apuração rigorosa com a devida participação do Ministério Público e de outras entidades para identificar responsabilidades individuais e coletivas diante dos resultados desastrosos desta operação. A mentalidade bélica que está sendo recorrentemente empregada no Rio de Janeiro, inclusive com ressurgimento de gratificações por “bravura”, é ineficiente e é uma agressão contra toda a população desses territórios e contra os policiais colocados nessa linha de frente. O enfrentamento real do crime organizado e do domínio territorial ilegal depende muito mais de investigações profundas e do planejamento de operações focadas do que de tiroteios massivos.
